quinta-feira, 30 de julho de 2009

1, 3, 4

Não, não devem. As sondagens eleitorais não devem ser feitas com recurso a inquéritos de rua ou chamadas telefónicas. O raciocínio é simples.
Pense que está a minutos de perder o transporte público...apetece-lhe falar de política? Pense que a única caixa multibanco num raio de 800 metros ficou sem dinheiro...apetece-lhe falar de política? Pense que está em casa, tem o seu jantar no forno prestes a queimar e toca-lhe o telefone...apetece-lhe falar de política?

Pois bem, a mim também não me apeteceria.
É por isso que proponho que os resultados eleitorais se passem a deduzir das variações na taxa de audiência de cada canal televisivo.

Percebe-se com facilidade que quanto mais telespectadores se esquecerem da televisão ligada na TVI, menos votos obterá o engenheiro José Sócrates, esse ser maléfico que não vê as Tardes da Júlia, não se emociona com as histórias do Goucha nem curte bué os Morangos. Para quem ainda não se deu conta, a TVI está a exibir mais uma novela com início às 8h da noite...por acaso, o mau da fita até tem o nome do nosso primeiro ministro. Por acaso, a pobrezinha, boazinha, bonitinha e fofinha, até se chama Manuela. Por acaso, o final da história ainda não está escrito.

Por seu lado, os que não mudarem de canal a seguir ao preço certo irão converter-se, a curto prazo, em devotos fiéis do senhor primeiro-ministro. Num registo semelhante ao de "A Fé dos Homens", a RTP presta culto às medidas tomadas durante esta legislatura, invoca com desprezo aquela oposição pecadora e aqueles profissionais que se lembraram de organizar manifestações. No final, deixa uma sugestão de peditório em nome do Messias que nos salvou de qualquer coisa que ainda ninguém entendeu muito bem o quê.

Da minha parte, e no que toca as estas questões, tenho a dizer que me desagrada particularmente a indumentária dos jornalistas da TVI. Não sei se é por ser igual às outras, mas não gosto. Às vezes lembro-me que a SIC ainda existe, outras não.

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