terça-feira, 14 de julho de 2009

O saber no seu lugar

Foram oficialmente divulgados os resultados dos exames nacionais do 9º ano do ensino básico. Olho os resultados com a pouca expectativa que a popular falta de rigor e de exigência, princípios incontornáveis do nosso sistema educativo, me levam a ter. Haja alguém que faz uso dos termos “positivo” e “orgulho”, numa breve apreciação dos factos. Alguém que consegue perceber, em vistosas oscilações percentuais, algo de “muito bom para o país”. Haja alguém como Maria de Lurdes Rodrigues.

Por alguma razão que desconheço, não fui ainda capaz de seguir a linha atractiva do seu discurso. O meu cepticismo tão crónico ainda não me deixa acreditar que os miúdos de 14 anos estão hoje mais conhecedores, mais aptos, menos miúdos. Tenho pena de não acreditar, muito sinceramente, muita pena.

Felizmente, os exames nacionais, pelo simples facto de serem nacionais, resultam num eco de optimismo que se estende a toda a Nação. O meu juízo e as minhas duvidosas ponderações, podendo configurar um certo derrotismo, felizmente, ficam só por aqui. E não é que os exames nacionais saibam mais dos miúdos de 14 anos do que eu. Os exames nacionais cruzam-se com eles uma vez por ano, numa sala fechada, vigiada e tensa. Eu encontro-os nos locais mais inesperados, a todo o momento e nas mais diversas circunstâncias…ainda que os encontrasse bastante mais se passasse a frequentar as zonas de fumadores.

Contudo, e mesmo depois de reconhecida a fraqueza da minha posição, atrevo-me a propor um outro método de diagnóstico. Num paralelismo com as práticas médicas, talvez fosse bom fazer, além de exames, algumas análises. Se possível, em laboratório estrangeiro, para que não fosse posta em causa a tão necessária imparcialidade.

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